Vamos imaginar que todos conheçam o Kiss, a lendária banda americana formada em 1972, cujos membros atuam maquiados e vestidos como uns personagens que ao longo do tempo se tranformaram no lema do rock’n’roll. Em 1983, o grupo decidiu estacionar a sua imagem de banda desenhada e começar uma nova etapa sem maquiagem. Anos mais tarde, para agradar os fãs que perderam a primeira fase, o grupo voltou às suas origens com o figurino.
O lançamento dos Tokio Hotel como uma banda foi muito estudado. Possivelmente falamos de um dos últimos grandes projetos musicais na Europa do novo século. Na hora de criar as bases, a Administração estava consciente de que Bill atraia todos os olhares, mas isso não foi suficiente. Em qualquer grupo que se preze, o peso é normalmente dividido entre o vocalista e o guitarrista, e no Tokio Hotel não ia ser diferente. O problema é que Tom, apesar de ser o irmão gêmeo de Bill, tinha uma personalidade que, como de costume, estava longe em todos os aspectos da personalidade de seu irmão. Foi uma idéia de um membro da administração incluir nos sets promocionais de imprensa que enviavam para a midia, o pseudônimo de Tom como uma máquina de sexo. Desta forma, Tom tinha seu próprio personagem, ao puro estilo Kiss, e um grande número de fãs puderam se identificar com seu papel na banda de garoto travesso.
O papel que Tom teve que desempenhar não é fácil, como também não é fácil ter que crescer compatilhando sobrenome e casa com alguém com a personalidade e o dom artistico de Bill Kaulitz que mesmo sem fazer nada envolve e domina tudo o que vem a sua caminho.
Tom é sem dúvida o “bad boy” do grupo. O protótipo do garoto que sempre se senta nas aulas e no ônibus na última fila. O eterno brincalhão que faz, e que deixar fazer, e que acaba descobrindo que há muita enganação nessa atitude e que sua timidez e insegurança o traem.
Mesmo que o foco sempre esteja em Bill, musicalmente Tom arrastou muita responsabilidade, fato que por um lado lhe causava muitos medos e que por outro o motivava a trabalhar obsessivamente. Dos quatro membros do grupo, Tom é o mais avançado nos conhecimentos e atualmente sua insegurança no palco perde força e começa a desvendar um Tom que pode se divertir nas apresentações ao vivo e interagir com o público. Nesse sentido, é muito claro que para Tom, o melhor ainda está para vir.
A imprensa e as conseqüências da fama foram os “pontos negros” na sua curta carreira. Episódios como o do posto de gasolina em Hamburgo, Viagra ou seus encontros com Chantelle Paige alimentou e cresceu a lenda de “garanhão” que lhe foi erroneamente atribuído.
Colecionar tênis esportivos é considerado um de seus principais hobbies. Em um quarto guarda centenas de modelos, a maior parte não utilizada já que suas saídas nunca são a pé. A fama limitou totalmente suas saídas. Desejamos a ele um pouco mais de liberdade em sua nova vida nos EUA e que continue sendo como é para sempre.
Se alguém me der um coração, tenha certeza de que te amarei duplamente.
Traduzido por Alê K para o Freiheit 89