Hey Aliens!
Bill Kaulitz concedeu uma entrevista para o site alemão Watson.de, logo após a divulgação de sua campanha para o Tinder, na entrevista ele fala sobre sua sexualidade, relacionamentos e claro sobre o reality Kaulitz & Kaulitz da Netflix, confira:
Ele não fala publicamente sobre sua sexualidade há muito tempo. Isso só mudou com sua biografia “Career Suicide”, na qual ele se assumiu há três anos. E agora Bill Kaulitz é o rosto de uma nova campanha do Tinder para a comunidade LGBTQIA+, na qual ele diz abertamente: “Gosto de homens”.
Watson: Por qual caminho você teve que percorrer e quanta coragem para se assumir, e também momentos amargos que essa decisão trouxe pra você?
Bill Kaulitz: Eu sempre tive uma rede de apoio muito boa na minha vida pessoal. Cresci em uma casa com muito amor, onde nunca tive que esconder as coisas. Nunca tive que esconder um namorado da minha mãe, que sempre foi minha melhor amiga, nunca tive que me explicar ou me justificar. Foi o mesmo com meu irmão e os caras com quem tenho uma banda há vinte anos. Felizmente eu tinha ótimos amigos e isso tornou o caminho muito mais fácil pra mim.
Como foi a jornada da figura pública Bill Kaulitz?
Bill Kaulitz: Tracei uma linha clara de divisão entre o Bill no palco e em público e o Bill sendo privado, eu só dissolvi ambos quando estava pronto para isso, quando eu não queria mais fazer diferença entre os dois.
Por que você esperou tanto tempo?
Bill Kaulitz: Escondi minha sexualidade do público por muitos anos porque era necessário, porque houve muita pressão da gestão e da gravadora. O cantor do Tokio Hotel tinha que ser solteiro para ser desejável. Nunca tive permissão para me expressar claramente sobre meus relacionamentos, para que todas as meninas permanecessem entusiasmadas. Parecia uma mochila que eu carregava comigo e que finalmente consegui me livrar na minha biografia. Nos últimos anos tenho notado como a vida é muito mais fácil e bonita quando você não carrega nenhum segredo com você.
Mas em que momento você achou que era a hora?
Bill Kaulitz: No momento em que disse que estava escrevendo minha autobiografia, quis ser o mais honesto possível, com a decisão, não era mais uma opção para mim não escrever sobre minha vida amorosa. Porque esse sou eu. Sou uma pessoa totalmente romântica que ama e celebra o amor.
A campanha do Tinder também trata de preconceito e homofobia. Isso já aconteceu com você?
Bill Kaulitz: Experimentei clichês e preconceitos pela primeira vez quando estava na escola, cresci num bairro muito pequeno onde as pessoas são muito conservadoras e foi difícil porque o meu estilo me destacava muito. Tinha muita homofobia e passei por coisas muito dramáticas como apanhar na piscina e ficar preso, isso foi assustador. Muitas situações me assustaram quando adolescente. Felizmente eu tinha meu irmão, então nunca estive sozinho nisso, caso contrário, provavelmente eu não teria sobrevivido e nem teria coragem de ser quem eu era.
Existe alguma situação que incomoda você até hoje?
Bill Kaulitz: Eu usava uma roupa esportiva branca e meu professor de esportes se recusou a me deixar ter aulas com os meninos, ele disse que eu tinha que ir com as meninas. Minha mãe frequentava regularmente a escola e sempre tinha que se justificar e era considerada uma mãe solteira com gêmeos difíceis de criar. Para os outros éramos os malucos, os estranhos, foi uma escola muito difícil pra mim naquela época.
Você ainda sofre com a homofobia hoje em dia?
Bill Kaulitz: Agora sou absolutamente privilegiado, criei uma bolha pra mim onde está tudo bem. Los Angeles, onde moro, é colorida e barulhenta e você pode ser livre. Mas se você dirigir um pouco mais para o interior da América, as coisas serão completamente diferentes.
Quando falamos de Tinder, também temos que falar de namoro: Você está namorando agora?
Bill Kaulitz: Eu namorei alguém. Infelizmente, acabei de ter meu coração partido novamente, então estou solteiro de novo. Faz muito tempo que não fico em um relacionamento, namorar também não é tão fácil, eu acho, mas estou sempre pronto.
Você já tentou namoro online?
Bill Kaulitz: Acredite se quiser, estou sempre muito confiante no palco e na frente das câmeras mas sou um cara tímido quando se trata de namoro. Eu nunca poderia conversar com as pessoas ou convidar alguém para tomar uma bebida. E o Tinder, por exemplo, é um espaço seguro, lá vocês podem se sentir, se avaliar, se conhecer, o namoro online é muito, muito mais fácil pra mim.
Como funciona quando se é Bill Kaulitz?
Bill Kaulitz: Quando os homens veem meu perfil no Tinder, muitos pensam que é uma conta falsa, mesmo que eu verifique meu perfil. Mas é claro que também só uso o Tinder internacionalmente, e na América, onde nem todos sabem quem eu sou e o que eu faço, é mais aceitável.
E mesmo assim você fica solteiro?
Bill Kaulitz: Tenho mau gosto para homens, sou um ímã para idiotas. Eu apenas atraio idiotas para minha vida, mas também os acho sexy, e esse é o problema, então sempre acabo com as pessoas erradas. Eu definitivamente tenho que quebrar esse padrão.
Como você lida com isso quando fotos suas e de um homem aparecem em público – como aconteceu com o Marc Eggers no ano passado?
Bill Kaulitz: Com o Marc Eggers foi a primeira vez que beijei um homem em público, isso foi novo pra mim. Só percebi isso quando vi as fotos, quando você não cria e não tem segredos, mas é o mais autêntico possível, a vida fica muito mais fácil. Claro que beijo homens – e se alguém tirar uma foto disso, que assim seja, mas não tenho nenhum problema com isso.
Você prefere casos de uma noite ou um relacionamento de longo prazo?
Bill Kaulitz: Relacionamento sério, mesmo que isso tenha acontecido há muito tempo, eu não me apaixono tão facilmente, é por isso que tenho tantos casos de uma noite, mas se eu puder escolher, com certeza escolherei o relacionamento sério.
Para o primeiro encontro, você prefere ir a um jantar à luz de velas ou ir ao parque tomar uma cerveja?
Bill Kaulitz: Melhor ir ao parque tomar uma cerveja, de alguma forma, há mais coisas acontecendo, gosto de encontros com um pouco de ação. Recentemente tive um encontro em um parque temático, achei isso muito bom, vocês vivenciam coisas juntos, ver como o outro reage em situações extremas e talvez até possam levar alguns amigos com vocês.
Seu documentário “Kaulitz & Kaulitz” estará em exibição na Netflix a partir de 25 de junho, no qual você foi seguido 24 horas por dia por câmeras. Isso não foi um pouco demais pra você?
Bill Kaulitz: Se eu me envolvo em algo assim, então é por completo. É por isso que deixei as câmeras entrarem no meu quarto, eu queria mostrar tudo o que me pertence – e eu não estabeleci limites onde não podíamos filmar, eu prefiro cortar as cenas depois.
Quais cenas você cortou?
Bill Kaulitz: Na verdade, eu não cortei nada, pelo contrário, no final, eu queria incluir cenas adicionais. Você também precisa ser despretensioso, se eu for filmado na cama de manhã, com ressaca ou dormindo demais, é claro que não é uma cena agradável, mas um documentário de realidade tem que ser real, isso inclui a vida amorosa, e Marc Eggers esta nela e quero mostrar tudo isso porque faz parte, acho que seria estranho cortar isso afinal.
E Heidi Klum também vai aparecer?
Bill Kaulitz: Tom e eu somos tão próximos que nossos parceiros sempre conseguem os dois, Heidi sabia disso desde o início, ela nos conheceu juntos e foi a primeira mulher a realmente entender isso, ela sabia que se casando com um gêmeo levaria o outro. Somos muito próximos e nos amamos – e não funcionaria de outra maneira, temos um casamento a três.
Tradução por, TokioHotelBrasil.com
(se usar, dê os créditos)